A Auriculoterapia tem sido utilizada como tratamento desde a antiguidade, sendo que no Oriente Médio e na Europa Antiga ela se propaga bem mais que a acupuntura sistêmica.
O livro Hung Ti Nei Ching, escrito há mais de 5.000 anos, é um clássico da Acupuntura, no qual o pavilhão auricular é considerado um órgão isolado que, por intermédio de reflexos neurológicos, se relaciona com os outros órgãos e estruturas do corpo.
É provável que os chineses tenham sido os primeiros a delinearem a íntima relação entre o pavilhão auricular, os canais e colaterais, os Zang Fu e o restante do organismo, além de transmitirem as teorias iniciais para o diagnóstico e o tratamento por intermédio do pavilhão auricular.
No século 27 a.C., os sábios chineses já mencionavam o tratamento auricular por meio de agulhas, relacionado à acupuntura sistêmica, antecedendo Hipócrates que, no O Livro das Epidemias, sugeria como tratamento para processos inflamatórios a punção de determinadas regiões do pavilhão auricular e com o uso de estiletes a sangria dos vasos auriculares.
A Auriculoterapia teve seu desenvolvimento acentuado a partir do século 300 d.C. Na China, em 1572, foi lançado um livro sobre Acupuntura, citando as relações entre os meridianos da Acupuntura e as orelhas. Desde então, os sábios do Oriente foram se aprofundando nos estudos de pontos auriculares relacionados à acupuntura sistêmica, culminando no sistema de diagnóstico por observação do pavilhão auricular.
A íntima relação fisiológica entre as orelhas e as estruturas internas é tratada por Ling Shu em um texto que diz: “A orelha é o palácio do rim”. Zi Wen, no capítulo Qin Gui Zheng Yang Lun, escreve: "Em direção ao sul está a cor vermelha que penetra no coração, o coração encontra na orelha sua abertura e armazena aí sua essência”. Ainda no mesmo livro, no capítulo Zang Ji Fa Shi Lun, encontra-se: "Se o fígado adoece e há vazio, então o ouvido perde sensibilidade, se o Qi se inverte, a cabeça dói e há surdez”. Também é citado, no capítulo Yu Ji Zheng Zang Lun, que “Se o baço está deficiente, então, os nove orifícios do homem não se comunicarão”.
No período da dinastia Tang, Cun Si Miao, autor do livro Mil Receitas de Ouro, afirma: “O espírito é controlado pelo coração, o palácio do coração é a língua, se o Qi do coração se comunica com a língua, então, a língua será harmoniosa e poderá perceber os cinco sabores; mas, o coração também usa o ouvido como abertura, por isso, se o Qi do coração chega ao ouvido, então, se pode entender o que do mundo nos chega”.
É citado no livro Zhen Zhi Zhun Gui que: “O ouvido é a abertura principal do rim e por sua vez a abertura secundária do coração”.
Foi na dinastia Qin, que o diagnóstico por intermédio do pavilhão auricular recebeu posição de destaque na Medicina Tradicional. No Tratado do Diagnóstico Através da Observação (Wan Zhen Zun Jing) são apresentadas regras para esse tipo de diagnóstico.
O médico Zhen Qin Yu escreveu: “A orelha relaciona-se com o canal Shao Yin do pé, pelo que constitui a abertura do rim; o ouvido se forma com a essência do rim; se a energia e a essência são harmoniosas e o Qi do rim é abundante então, existe boa audição. Quando a energia e o sangue são danificados, então, o vento patogênico se cria a partir deste vazio, a essência do rim está desmoronada e aparece a surdez. A água nasce do metal, o pulmão controla a energia e esta se comunica no ouvido com a resto do organismo”.
Essas informações corroboram a íntima relação da orelha com os Zang Fu.
Na antiguidade, os procedimentos para estimular o pavilhão auricular, não buscavam tratar apenas as doenças auditivas, como, por exemplo, o tinido, a hipoacusia e a surdez, mas também outras enfermidades do corpo, como cefaléia, problemas oftalmológicos, odontalgias, epistaxes, icterícia, etc., por meio de tratamentos distintos, utilizando punção com agulhas, sangria, moxabustão, massagem, tamponamento com medicamentos, raspagem com bambu, entre outros.
Quanto à localização e aos nomes dos pontos, estes foram estudados desde 1200 a.C. até 1700 d.C., sendo inseridos aos poucos, conforme eram realizadas análises e observações da relação aurículo-órgãos, aurículo-funções orgânicas e aurículo-posições anatônicas do corpo.
Em 1637, Zacuto, médico português, tratava a ciatalgia por meio da cauterização em determinado ponto do pavilhão auricular. A cauterização no pavilhão e no dorso do antitrago também foi empregada por médicos franceses em 1718, com a finalidade de tratar odontonevralgias.
Colia de Parma, em 1810, também empregou esse método para tratar a ciatalgia. Já o médico francês Luciani de Bastia, em 1890, tratava a ciatalgia cauterizando a raiz do anti-hélix.
O Dr. Paul Nogier, foi o precursor da escola francesa de auriculoterapia, e hoje seu nome é reconhecido mundialmente, pela investigação de novos pontos baseados nas terminações nervosas e no sistema circulatório do pavilhão auricular, em novos protocolos de tratamento aurículo terápicos, fundamentando duas escolas de tratamento auricular, uma francesa e a outra chinesa, que em alguns aspectos são divergentes, mas em uma visão integralista se tornam complementares.
DIVERSOS TRATAMENTOS:
Sessão = R$ 30,00*
*Dependendo do número de pessoas o valor da Sessão tem abatimento.